A economia circular e o papel das empresas na proteção ao meio ambiente
Quando foi a última vez que você precisou descartar um bem – em especial eletroeletrônico – após ele parar de funcionar ou não atender mais suas demandas? Provavelmente isso aconteceu recentemente e é um processo natural do comportamento de consumo da atualidade, em que rapidamente os equipamentos são substituídos por modelos mais novos e com mais funcionalidades. No entanto, o que ocorre com a esmagadora maioria desses resíduos é que eles acabam parando no lixo comum, quando poderiam ter as partes reaproveitadas pela indústria.
Esse sistema de produção, consumo e descarte para uma grande parcela dos produtos que usamos é chamado de economia linear. É um processo com começo, meio e fim que, aliado à velocidade de consumo e descarte nos dias de hoje, traz impactos significativos para a natureza.
Agora, você deve estar se perguntando: qual vai ser o impacto disso mais pra frente? Quanto de metais e outros recursos estamos retirando do meio ambiente de forma desenfreada? E como as empresas podem seguir competitivas sem pensar nessa sustentabilidade? A resposta está na economia circular! Porém, para ela se tornar uma realidade, é preciso engajar todos os atores dessa cadeia.
Muitas empresas já adotaram posturas de preocupação ambiental nas últimas décadas, especialmente nos últimos anos, com o crescimento do ESG (meio ambiente, social e governança) e a importância dessas práticas para valorização de marcas e consumidores. Porém, estamos vendo uma onda no sentido contrário surgir em mercados internacionais, com pressões de parte de investidores de curto prazo, o que é algo preocupante para o meio ambiente e para o futuro dos negócios também. Porque se de um lado os impactos ambientais vão gerando efeitos mais nocivos à vida no planeta, por outro, vão encarecendo a oferta desses recursos e matéria-prima. No final das contas, saímos todos em débito nessa equação.
Também percebo que precisamos dar o próximo passo, olhando para o meio ambiente de maneira geral. Na economia circular não existe ponto final. Quando descartados corretamente, os itens ganham um novo propósito pela reciclagem. Com ela, conseguimos recuperar matérias-primas e devolvê-las para as linhas de produção, sem que o meio ambiente precise ser explorado novamente.
Ao estimular o descarte correto de eletroeletrônicos e pilhas também evitamos que o capítulo final desses itens seja em um lixão, onde oferecem enorme risco de contaminação ao solo, água e, consequentemente, às populações desse território. Iniciativas como o Movimento Eletrônico Não é Lixo, da Green Eletron, ajudam no processo de engajar a população nessas causas.
Mudar o pensamento econômico do mercado, empresas, governos e consumidores não é algo fácil. Porém, o meio ambiente não pode mais esperar! Precisamos unir esforços, quebrar teorias econômicas antiquadas e adaptar a nossa realidade ao planeta em que vivemos. Juntos podemos mudar o horizonte para todos!
Ademir Brescansin, Gerente Executivo na Green Eletron – Gestora de Logística Reversa para Produtos Eletroeletrônicos